sexta-feira, 31 de julho de 2009
Comédia da vida privada
Situação: Personagem 2 concentrada em seus trabalhos da faculdade. Personagem 1 totalmente entediada, aproveita-se da concentração da personagem 2.
Tempo: ano de 2008
Personagem 1
- Semana que vem vai ter show do Raul Seixas aqui na cidade, vamos?
Personagem 2 ( empolgadíssima)
- Que massa! Vamos sim! Quando vai ser?
Cenário: casa da avó dos três personagens.
Situação: os três estão na sala. A conversa gira em torno da visita de um deles a uma " casa da luz vermelha".
Tempo: ano de 2008
Irmã 1
- Não acredito que você teve coragem de ir lá. Como elas são?
Irmão 2 ( ar blasé, mas no fundo interessado em contar aos demais sua experiência)
- São normais, ué! Disseram que fazem isso porque precisam, não por opção. São gente boa, igual a qualquer outra pessoa. Até tirei foto com elas....
Irmã 3 ( vasculhando as imagens do celular no irmão 2)
- Quem são essas na foto?
Irmão 2
- São elas, as primas. (risos)
Irmã 3
- Primas? Nossa, não conhecia. São sobrinhas do papai ou da mamãe?
Cenário: cada personagem está em seu quarto, em frente ao computador.
Situação: as duas estão "teclando" por um programa de troca de mensagem instantânea.
Tempo: ano de 2009.
Publicitária 1
- Vc fico sabendo q o Antonio Prata n tem mais a coluna na Capricho? To pensando em me canditar como sua substituta hehe.
Publicitária 2
- Serio? Melhor ser colunista da Gloss. Tem mais a ver com a nossa realidade, ne? Ai eu seria seu P.A..
Publicitária 1
- P.A.? O q eh P.A.?*
Publicitária 2 ( incrédula, mas paciente)
- Pensa um pouco, vc sabe.....
Publicitária 1
- Progressao aritmetica?
* Para os que não são publicitários:
P.A. - Público-alvo. Um publicitário dizer que P.A. é uma Progressão Aritmética é o mesmo que um matemático dizer que P.A. é Público-alvo. Preocupante!
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Toda professora que se preze já ganhou uma maçã
A primeira escolha veio da minha então paixão desenfreada por uma boy band. Mesmo, na época, mal sabendo dizer " The book is on the table", insistia na escolha da profissão. Pelo menos até o fatídico epsódio em que escrevi páginas e mais páginas ( as famosas cartas quilométricas) com os dizeres we call you ,em vez de we love you , acreditando, piamente, que estava demonstrando o quanto os amava. A administração foi o sangue falando mais alto. Queria a todo custo aprender a ter a lábia que meu pai tinha ( e tem). Ele vende até cueca suja! ( para os mais lentos: isso foi uma piada, okay?). Enfim, percebi que cursar administração era clichê, o refúgio dos indecisos. E eu, insistindo em ser sempre diferente, interrompi uma tradição familiar ( que nem chegou a ser uma tradição, já que começou e terminou no meu pai). Não me lembro exatamente como foi a descoberta, recordo da idade ( 14) e de que foi paixão à primeira vista. Daí em diante, tudo me levou ao que sou hoje: publicitária.
O fato é que minhas decisões sempre passaram longe dos cursos de licenciatura. Talvez por ser filha de uma matemática ( e professora) e ter assistido a cenas aterrorizantes que envolviam pilhas de provas para corrigir, muitas notas vermelhas, voz rouca e mãos ressecadas pelo giz, que decidi nunca entrar em sala de aula ( a não ser na posição de aluna). Eis que então, já devidamente entrosada e familiarizada com o idioma que me fez desistir da minha primeira futura profissão, entro em uma ( uma não, quatro!!!) sala de aula. Desta vez para LECIONAR! Era apenas uma substituição, somente um dia, mas tinham dezenas de rostos, todos, olhando para mim e esperando que eu desse as ordens. Como toda professora que se preze, gritei ( berrei, na verdade) para pedir silêncio, ameaçei mandar alguns para diretoria, separei briga... até aí, tudo estava correndo como o previsto. Então, surge um dos alunos e pede : " PROFESSORA, posso ir no banheiro?". Primeiro, não lembrava dessa regra de ter que pedir permissão para fazer nossas necessidades fisiológicas. Segundo, eu? professora? "tá" doido menino?
Passado o choque do momento, posso dizer que o dia acabou bem... alguns abraços e o comentário: "Professora, você podia continuar a dar aula pra gente, né? Volta semana que vem!" Pensei: "Se eu voltar, será que ganho uma maçã?
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Camila no país da economia
Alice acompanhava os passos de um coelho. Não sabia exatamente por quê o fazia, nem para que lugar essa perseguição a levaria. Camila seguia seus objetivos, estava ciente dos caminhos que deveria percorrer para alcança-los.
Alice é uma personagem literária. Camila também é uma personagem, mas da vida real.
Alice vive no país das maravilhas. Camila, por sua vez, vive no país da economia.
Existem milhares de “Alices” e “Camilas” espalhadas por aí. Elas de fato vivem na mesma nação. Porém, enquanto uma delas prefere acreditar que vive em um lugar sem limites, planos e que tudo é maravilhoso sem qualquer esforço, a outra escolheu fincar seus pés no chão. Afinal, vivem no país do capitalismo. Tudo gira em torno do capital, ou seja, o dinheiro.
Viver no país da economia não significa que não seja possível sonhar. Mas preste atenção para não sonhar além da realidade. Para isso, não esteja alheia ao que está à sua volta. Esteja antenada com o que acontece no seu país da economia.
Consumir é bom. Poupar é melhor ainda. Queremos permanecer por aqui por um bom tempo, certo? A vida pode não ser tão previsível quando fazemos planos ( de gastos, por exemplo). Planejar é garantir. Garantir uma vida confortável, educação para os que têm ou virão a ter filhos, acesso ao lazer e saúde. É sonhar sim, mas melhor do que isso, é concretizar.
Voltando a uma das nossas personagens, a Camila, ontem conheceu um dos estados do país da economia, a Editora “Letras e Lucros”, saiu de lá com uma certeza: quer ser uma “Menina Irada”que vai à Bolsa em vez de ir ao Shopping.
Quer ser também uma Menina Irada? Então acesse:
Sobre o livro ( “ Meninas normais vão ao shopping, Meninas Iradas vão à Bolsa”): http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,cifroes-na-mira,201387,0.htm
Sobre a “Letras e Lucros”: http://www.letraselucros.com.br/pages.aspx?id=8
Conheça a Bolsa de Valores: http://www.bovespa.com.br/Principal.asp
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Camila Belini Lemos, brasileira, 5 copas.
A medição de tempo é relativa para cada ser humano. Alguns medem o tempo de vida por primaveras, por conquistas, por acontecimentos, ou por anos mesmo. A minha passagem aqui na Terra se dá por Copas ( isso, as de futebol). Ou seja, hoje, em 2009 eu tenho 5 Copas. Tudo começou na Copa de 1998, eu já tinha 3 Copas de idade ( 11 anos para a maioria). Me ocorreu então de planejar certas coisas no intervalo de tempo entre uma Copa e outra e ela deveria se concretizar até que esse prazo de tempo se expirasse. Com 3 Copas eu planejei ter um namorado quando completasse quatro. As quatro Copas de idade, com namorado à tira colo, meus planos foram mais espertos: deveria entrar em uma faculdade ( pública!), teria até as 5 Copas pra concretizar. Com 5 Copas, lá estava eu, em uma festa da Universidade, vendo o Brasil voltar pra casa antecipadamente.
Ano que vem completarei 6 Copas (espero que dessa vez possa comemorar com a vitória do Brasil!)
Quanto aos planos para a minha próxima Copa ( aniversário para a maioria)... bom, deixa pra lá... um pouco de curiosidade não faz mal a ninguém.
Ah! não esqueçam de me dar parabéns!!!